quinta-feira, 10 de setembro de 2009

“Histórias de Além-Mar”

História recontada por brasileiros e holandeses



A trajetória de Maurício de Nassau (desde quando foi convidado pela Companhia das Índias Ocidentais para administrar a colônia da Nova Holanda no Brasil até a volta para a Holanda) é retratada pelo espetáculo Histórias de além-mar.

Esta produção é uma versão para o Brasil do espetáculo Verhalen van Overzee, criada pelo Teatro Munganga – companhia fundada na cidade de Amsterdã (Holanda), por quatro artistas brasileiros. “Moro na Holanda há 20 anos, Maurício de Nassau sempre me intrigou. Sou carioca e, quando passava as férias em Maceió, minha avó me contava muitas histórias sobre os holandeses. A vida me levou para a Holanda e, há um tempo atrás, amigos que fizeram trabalhos de escavação aqui (no Brasil) falavam para eu montar um espetáculo. Há toda uma simbologia pra mim”, afirma a diretora Cláudia Maoli.

Nesta montagem, foi mantido o texto original, de Carlos Lagoeiro e Bouke Oldenhof. Marcondes Lima é o responsável pela direção de arte e as músicas são de Sérgio Campello e do grupo SaGrama. Outra mudança se deu no figurino, que na Holanda foi confeccionado nos tons escuros – utilizados no período retratado –, mas no Brasil recebeu tons claros, que remetem ao açúcar. Enquanto na Holanda o elenco era formado por quatro atores, em Pernambuco foram selecionados cinco intérpretes para o espetáculo: Andrezza Alves, Júnior Aguiar, Arthur Canavarro, Marinho Falcão e Carlos Ferrera. Eles ajudam a tocar em temas como a relação colonizador/colonizado, a imigração e o sentimento de ser estrangeiro. "Mostramos a comitiva de arquitetos e artistas que vieram com Nassau, além de fantasiarmos em cima do encontro dele com uma mulher, uma senhora de engenho, e do diálogo dele com um líder indígena e um escravo", detalha Cláudia Maioli, que com o Munganga nunca havia tentado fazer uma peça histórica. "Nossa trajetória traz muita literatura brasileira e Guimarães Rosa", pontua.

A montagem é voltada para o público infanto-juvenil e tem um cunho pedagógico (estudantes de escolas públicas receberão cartilhas educativas), mas elementos foram acrescentados à história oficial. “Estou recriando, pesquisei muito sobre o período, mas não queria uma aula de história. Me permiti algumas ousadias, estou morrendo de medo de os historiadores me colocarem no paredão (risos). Queria espaço para uma coisa lúdica”, explica a diretora.

A peça estreou na capital holandesa em 2007 e contabilizou mais de 100 récitas até março do ano passado, em teatros e museus holandeses, onde o projeto contou com apoio do Ministério holandês de Educação, Cultura e Ciência. com apoio do Ministério Holandês de Educação, Cultura e Ciência, e foi apresentada em diferentes cidades daquele país. Em Pernambuco, o projeto percorre um trajeto que o grupo batizou de A Rota de Nassau. Neste sábado e domingo, a peça será encenada em Itapissuma e Olinda. No Recife, as apresentações acontecem entre os dias 15 de setembro e 4 de outubro, em locais variados, como o Palácio do Campo das Princesas (só para convidados), Instituto Ricardo Brennand e Forte do Brum. A outras paradas serão em Igarassu, dias 20 de setembro e 6 de outubro, e Itamaracá, dia 9 de outubro.

Um perfil mais "emocional" de Nassau, geralmente retratato nos livros de história ora como herói ora como oportunista, foi o caminho trilhado pela diretora Cláudia Maioli, que mora há vinte anos em Amsterdam, na Holanda, onde criou o grupo Teatro Munganga. "O que faço é uma licença poética acerca de algumas passagens históricas. O teatro é interessante para reinventar a realidade", defende a diretora, que criou em cima do texto de Carlos Lagoeiro e Bouke Oldenhof.

A companhia planeja revisitar algumas das cidades por onde passou o conde holandês, continuando a turnê por Itapissuma (sábado, dia 12, às 16h e 18h, no Parque Ecológico); Olinda(domingo, às 18h, no Mercado da Ribeira); Recife (de 15 de setembro a 4 de outubro, em locais como o Palácio do Campo das Princesas, para convidados e o Instituto Ricardo Brennand, aberto ao público, mas a entrada do local custa R$ 5); Igarassu (20 de setembro a 6 de outubro) e Itamaracá (9 de outubro, possivelmente no Forte Orange).

Programação:
  1. Goiana -Hoje (9), às 16h e 20h, no Cine Teatro Polytheama
  2. Itapissuma - sábado (12), às 16h e 18h, no Parque Ecológico
  3. Olinda - Domingo (13), às 18h, de setembro, no Mercado da Ribeira
  4. Recife - Dias 15 e 16 de setembro (só para convidados), às 19h, no Campo das Princesas
    De 22 a 25, de 29 a 30 de setembro, e dias 01 e 02 de outubro (somente para escolas públicas), às 13h30 e 15h30; Dias 26 e 27 de setembro (aberto ao público), às 15h, no Instituto Ricardo Brennand; Dias 03 e 04 de outubro, às 19h, no Forte do Brum
  5. Igarassu - dia 20 de setembro e 06 de outubro, às 16 e 19h
  6. Itamaracá - dia 09 de outubro, no Forte Orange, às 16 e 19h.

    Fontes: Diário de Pernambuco e Jornal do Comércio.

Nenhum comentário: