terça-feira, 30 de julho de 2013

DUAS MULHERES EM PRETO E BRANCO

Duas mulheres em preto e branco realiza temporada no Teatro Eva Herz
Paula de Renor e Sandra Possani dividem cena em espetáculo com texto de Ronaldo Correia de Brito e direção de Moacir Chaves

Sandra e Letícia são amigas desde a juventude: fizeram faculdade na mesma época, viveram juntas os anos de Ditadura Militar, construíram casamentos, carreiras profissionais. Depois de tanto tempo, no entanto, se descobrem na situação de rivais, brigando pelo mesmo homem, repassando o passado, os anos de convivência, os conflitos. Esse é o enredo da peça Duas mulheres em preto e branco, com as atrizes Paula de Renor e Sandra Possani, e direção do carioca Moacir Chaves, em temporada no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura, no Shopping RioMar. A peça faz duas sessões aos sábados, às 18h e às 20h, e outra aos domingos, às 19h. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).
O conto do cearense Ronaldo Correia de Brito (ArlequimBaile do Menino DeusGaliléia) extraído do livro Retratos imorais, de 2010, foi levado integralmente à cena, sem nenhuma alteração do texto original. “A ideia era manter a forma literária para o teatro para experimentar outras possibilidades de linguagem. Percebemos que isso traz outra relação com o texto que está sendo dito e com a personagem com a qual contracenamos”, explica Paula de Renor, que além de atuar, produz o espetáculo.
Segundo o diretor Moacir Chaves o texto de Ronaldo Correia de Brito apresenta a esperança da ruptura. “Curiosamente, essa possibilidade é vivida como jogo, os movimentos em sua direção surgem disfarçados, provocativos, nunca se assumem em sua essência. As palavras são falsas; revelam, como em todo grande autor, não pelo seu sentido literal, mas pelo movimento que as acompanha, pelo movimento que elas exigem”, completa.
De acordo com o autor, a narrativa do conto é tensa, cheia de mistérios, em que a vida de cada personagem se revela e desvela em meio a uma ação dramática, que chega a lembrar um romance policial. “As referências ao passado são entremeadas de citações dos filmes de Fellini e da música de Nino Rota. Há imersões frequentes na recente história da contracultura brasileira e no sonho frustrado das esquerdas das décadas de sessenta e setenta”, explica Ronaldo Correia de Brito.
A ficha técnica da montagem traz principalmente profissionais cariocas e pernambucanos. Além da direção do carioca Moacir Chaves, Aurélio de Simoni e Fernando Mello da Costa, também do Rio, assinam respectivamente a iluminação e cenografia. A equipe pernambucana assina figurino (Walther Holmes) e trilha sonora (Tomás Brandão e Miguel Mendes).
Duas mulheres em preto e branco estreou ano passado, no 19º Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicase fez uma curta temporada no Teatro Apolo, no Recife, e no Teatro Serrador, no Rio de Janeiro. O espetáculo também participou dos festivais Janeiro de Grandes Espetáculos - Festival Internacional de Artes Cênicas de PE, Festival Recife do Teatro Nacional, Festival Palco Giratório – SESC/PE e Festival Pernambuco Nação Cultural.
O espetáculo foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/2012 e, nos próximos meses, fará apresentações nos festivais: Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro de Brasília; Festival Internacional de Londrina, Festival Palco Giratório/SESC-Florianópolis e Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória. Para a temporada no Teatro Eva Herz, o espetáculo conta com o patrocínio do Funcultura.



Serviço:
Duas mulheres em preto e branco
Quando: sábados, às 18h e às 20h; e domingos, às 19h, até 11 de agosto
Onde: Teatro Eva Herz (Livraria Cultura, Shopping RioMar)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Classificação etária: 14 anos
Lotação do teatro: 186 lugares
Duração do espetáculo: 70 minutos
Compra de ingressos: Bilheteria ou Ingressos on-line - www.ingresso.com
Funcionamento da bilheteria: De quinta a sábado, das 14h às 21h. Aos domingos, das 14h às 19h.
Forma de pagamento: Dinheiro, cartão de crédito ou débito
Informações(81) 3256-7500

FICHA TÉCNICA
Autor: Ronaldo Correia de Brito
Diretor: Moacir Chaves
Atrizes: Paula de Renor e Sandra Possani
Assistente de direção: Miriã Possani
Iluminação: Aurélio de Simoni
Cenografia: Fernando Mello da Costa
Figurinos: Walther Holmes
Trilha sonora: Tomás Brandão e Miguel Mendes
Arte e conceito do projeto gráfico: Maurício Grecco
Projeto gráfico: Clara Negreiros
Operação de luz: Beto Trindade
Operação de som: Tomás Brandão e Miguel Mendes
Assistente de produção: Elias Villar
Fotografia e Preparação Corporal: Rogério Alves
Preparação vocal: Flávia Layme e Rosemary Oliveira
Cenotécnicos: Nagilson Lacerda e Tarcísio Sá
Pintura e textura/Cenário: Gilvan Dezidério
Confecção de figurino: Maria Lima
Assessoria de Imprensa: Pollyanna Diniz e Maurício Spinelli
Assessoria de mídias sociais: Rabixco Comunicação e Produção Criativa
Produção geral: Paula de Renor
Realização: Remo Produções Artísticas 

De Íris ao arco-íris

Conto de fadas pernambucano em temporada no Teatro Marco Camarotti 


Espetáculo De Íris ao arco-íris, direção de Jorge de Paula, está em cartaz aos sábados e domingos, às 16h30 
(foto Angélica Gouveia)

“Por que o arco-íris aparece quando chove?”. A pergunta do professor, ator e encenador pernambucano Marco Camarotti (1947-2004) serviu como mote para que o ator e diretor Jorge de Paula escrevesse o conto de fadas De Íris ao arco-íris, texto que serviu de base para o espetáculo homônimo, que está em cartaz no Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro/Recife), aos sábados e domingos, às 16h30, até 30 de agosto.
O texto foi escrito em 2000, mas ficou guardado na gaveta, fervilhando na cabeça, até 2006, quando Jorge de Paula convidou a atriz Andréa Veruska para escrever um projeto de montagem de espetáculo a partir da história. Como não conseguiu aprovação em nenhum fundo que possibilitasse a empreitada, o sonho de transformar o conto em encenação foi adiado até este ano, quando finalmente o projeto recebeu o fomento dos editais do Funcultura e do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2012. Os ensaios começaram no mês de fevereiro e peça estreou no festival Palco Giratório, no último mês de maio.
A montagem conta a história da lagarta Íris, muito curiosa, que faz de tudo para chegar ao reino encantado. Certo dia, ao se transformar em uma borboleta de cores exuberantes, Íris aparece de surpresa na festa de aniversário do rei do “Jardim Sereno de Manhãzinha, Muito Calor à Tardinha” e, por não se submeter aos caprichos desse truculento soberano, uma aranha, é expulsa do jardim. Por seu caminho, Íris ainda terá muitos obstáculos, mas não desistirá.
É uma história de perseverança e que coloca em discussão um tema que geralmente fica de fora das produções para infância e juventude: a morte. “Marco Camarotti, que se debruçava sobre o teatro para infância, dizia que não há problema nenhum em tratar da morte ou de qualquer outro tema com as crianças. A morte faz parte da vida. Temos que encontrar a melhor maneira de fazer isso”, explica o ator e diretor da montagem Jorge de Paula.
No caso do grupo, a opção foi o teatro de sombras, bonecos e formas animadas. Através de um retroprojetor, um telão e da habilidade dos atores, pequenas figuras ganham outras dimensões e ludicidade. “Trabalhamos com o bidimensional e o tridimensional. Quando Íris deixa de ser lagarta e vira borboleta, é como se ela não coubesse mais no mundo da bidimensionalidade. É uma técnica de um apelo visual muito grande. Ao mesmo tempo, estamos experimentando uma linguagem com a qual nunca havíamos trabalhado profissionalmente”, avalia o diretor. Os desenhos e silhuetas dos personagens, que guardam uma proximidade com as histórias em quadrinhos, foram idealizados pelo artista gráfico pernambucano Luciano Félix e colocados em prática pelo ator, diretor e cenógrafo Henrique Celibi.
 O espetáculo, pensado para contemplar também as crianças surdas, é como se fosse cinema de animação: não há falas e o roteiro não necessariamente segue uma lógica linear. “O elenco todo passou pela Universidade Federal e estudou com Camarotti. Fomos influenciados por ele, que desenvolvia pesquisas para montar espetáculos que contemplassem necessidades específicas de crianças cegas, surdas, com deficiência cognitiva e crianças hospitalizadas”, pontua a atriz Andréa Veruska. A trilha sonora, por exemplo, composta pelo músico Júlio Morais, não tem como objetivo contar a história. “Estamos o tempo inteiro nos questionando para fazer uma obra que atenda às especificidades da criança surda. E isso é difícil, porque geralmente o nosso teatro para infância é bastante pautado na palavra”, avalia a atriz Iara Campos.
No elenco da peça estão, além de Jorge de Paula, que também assina a direção, as atrizes Lucélia Albuquerque, Iara Campos e Andrea Veruska. Os cenários e os figurinos são de Marcondes Lima e a iluminação de Eron Villar. A produção está sob a responsabilidade de Karla Martins. A montagem é uma realização da Decanter Articulações Culturais e da Jorge de Paula Produção Cultural.
Sessões gratuitas – Durante a temporada do espetáculo, às sextas-feiras, às 15h, serão realizadas sessões gratuitas em parceria com o Sesc, sempre com a presença de intérpretes de libras: 02/08 (Alunos do Sesc), 09/08 (Movimento Pró-Criança – Unidade Coelhos), 16/ 08 (Instituto Costa Porto / Recife), 23/08 (Escola Municipal Monsenhor Fabrício / Olinda), 30/08 (Centro Suvag de Pernambuco – sessão para crianças e adolescentes surdos).

Ficha técnica:

Texto: criação coletiva a partir da obra De Íris ao arco-íris, de Jorge de Paula
Idealização do projeto: Andréa Veruska e Jorge de Paula
Encenação: Jorge de Paula
Elenco: Andréa Veruska, Iara Campos, Jorge de Paula e Lucélia Albuquerque
Criação de silhuetas e design gráfico: Luciano Félix
Cenografia e figurino: Marcondes Lima
Trilha sonora original: Júlio Morais
Design de luz: Eron Villar
Confecção de bonecos e adereços: Henrique Celibi
Confecção de figurino: Maria Lima e Elzamélia Gomes
Cenotécnica: Gustavo Teixeira
Contrarregragem: Kátia Virgínia
Registro fotográfico: Angélica Gouveia / Leandro Lima
Assistência de produção: Luciana Barbosa
Produção executiva: Andréa Veruska
Produção geral e administração: Karla Martins
Realização: Decanter Articulações Culturais / Jorge de Paula Produção Cultural


Serviço:
De Íris ao arco-íris
Quando: sábados e domingos, às 16h30, de 27 de julho até 30 de agosto
Onde: Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). A bilheteria abre sempre às 14h, no dia de cada sessão. É possível comprar ingressos com antecedência para toda a temporada.
Informações: (81) 9721-9764 / (81) 3216-1728
Indicação: 6 anos
Capacidade do teatro: 90 lugares
Duração: 50 minutos

PARA JOSEFINA

Após residência artística de dois meses em Portugal, Grupo Acaso volta ao Recife e inicia, a partir desta quinta-feira, temporada do espetáculo de dança “Para Josefina”, concebido pela neta da saudosa pianista Josefina Aguiar em homenagem a avó.

Fotos de Reuel Almeida.

Foram dois meses de residência artística no município de Fafe, em Portugal, a convite do projeto “Fafe Cidade das Artes”, em parceria com a Apacepe (Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco), e finalmente os pernambucanos do Grupo Acaso voltam ao Recife para cumprir nova temporada do espetáculo “Para Josefina”, que os levou a Portugal graças à apresentação no Janeiro de Grandes Espetáculos deste ano, quando foram vistos por curadores. Lá, além de sessão da montagem, muito bem recebida, a equipe pôde participar da criação de um novo espetáculo de dança, também sob direção de Bárbara Aguiar, mas desta vez direcionado à infância e juventude, “O Tempo Perguntou ao Tempo”, como fruto dessa residência artística (a estreia se deu a 7 de julho último), e que conta com a participação da Escola de Bailado de Fafe. A viagem recebeu apoio do Ministério da Cultura no Brasil. A apresentação de “Para Josefina” em terras portuguesas aconteceu no dia 21 de junho, no anfiteatro da biblioteca municipal de Fafe. “Foi lindo! O público gostou bastante do trabalho, principalmente da fusão do contemporâneo com o popping”, diz a diretora Bárbara Aguiar.

Graças ao Prêmio Funarte Petrobras de Dança Klauss Viana 2012, na categoria Novos Talentos, o Grupo Acaso volta a apresentar no Recife o seu primeiro trabalho de estreia, “Para Josefina”, de 2012, e que já conseguiu tamanha repercussão. A curta temporada acontecerá a partir desta semana, de quinta a sábado, às 20h, e aos domingos, às 16h, até dia 18 de agosto (excetuando dias 15 e 16), no Teatro Hermilo Borba Filho (Av. Cais do Apolo, s/n,  Bairro do Recife. Tel: 3355 3321 / 3320), com ingressos a R$ 10 (preço único promocional). A obra faz uma homenagem a consagrada e saudosa pianista pernambucana Josefina Aguiar, falecida em junho de 2005, a partir das impressões de sua neta, a diretora e bailarina Bárbara Aguiar, que declara seu amor à avó em criação que traz como ponto de partida a fusão entre a dança contemporânea e o popping, um estilo do universo hip hop. Com trilha sonora executada pela própria Josefina, as várias faces desta artista são reveladas, de personalidade irrequieta, irônica até; de uma pianista que, no despertar do seu talento, percebeu o corpo como parte do seu instrumento musical. Neste retrato bem particular, sua enorme fé, a luta contra o câncer e até um certo humor às avessas (ela era conhecida como “Leoa do Norte”) também ganham a cena, sempre com muita poesia. Direção: Bárbara Aguiar. Assistência de direção: Fernando Oliveira. No elenco, Hulli Cavalcanti, Fernando Oliveira, Felipe Dupopping, Marcelo di Paula e Hayla Cavalcanti.


Contatos de Bárbara Aguiar: 9206 7928 ou 3034 4879

sexta-feira, 19 de julho de 2013

***O Menino da Gaiola***

Espetáculo imperdível no Teatro Apolo: “O Menino da Gaiola” lança questões importantes a crianças e adultos a partir da possibilidade do sonhar

Foto Angulo cinematografia

“Você tem algum sonho preso?”. Esta é a pergunta mais frequente de Vito, um garoto de nove anos que, inspirado pelo tio, um criador de pássaros, resolve sair numa jornada pelo mundo portando apenas uma gaiola. Mas não quer prender passarinhos e, sim, anotar em papel os sonhos de cada pessoa para depois fazê-los voar, voar, voar...

De perfil inegavelmente poético e indicado para crianças a partir dos sete anos, “O Menino da Gaiola”, espetáculo infanto juvenil com produção do Bureau de Cultura e texto de Cleyton Cabral, está entrando em cartaz aos sábados e domingos, às 16h, no Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife. Tel. 3355 3321 / 3320), até 4 de agosto, graças ao incentivo do Funcultura. Os ingressos custam preços bem promocionais: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (crianças, estudantes, professores e maiores de 60 anos). A peça conta a história de Vito, menino que teima em saber os sonhos daqueles que encontra em seu caminho. Na sua jornada, ele se depara com o mundo real e personagens que estão à margem da sociedade: um mendigo que teve o rosto queimado, uma menina que é assediada pelo padrasto e pescadores que sofrem por não encontrarem mais o ganha-pão. “É um sonho às avessas, que mergulha na realidade, mas ainda repleto da fantasia própria do mundo infantil, com personagens lúdicas, mesmo que em situações cruéis e verdadeiras”, diz o diretor Samuel Santos.

No elenco, Evilásio de Andrade, Auricéia Fraga, Márcio Fecher, Eduardo Japiassu e Ana Souza. A trilha sonora é uma criação original da cantora e compositora Isaar. A iluminação é assinada por O Poste Soluções Luminosas (Naná Sodré e Agrinez Melo); figurinos de Java Araújo; maquiagem de Gera Cyber e cenários de Renata Gamelo, Arthur Braga e Samuel Santos. Na produção executiva, Clarisse Fraga.