terça-feira, 25 de maio de 2010

Um Rito de Mães, Rosas e Sangue


Universo do poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca vai à cena

Crédito da foto : Tuca Siqueira


Um Rito de Mães, Rosas e Sangue

Trazendo o universo de Lorca à cena, “Um Rito de Mães, Rosas e Sangue” estreia nesta quarta, dentro do Festival Palco Giratório Recife, no Teatro Hermilo Borba Filho, mas segue em temporada todas as quintas e sextas-feiras.


O diretor Claudio Lira é um apaixonado pela obra do poeta e dramaturgo Federico García Lorca (1898-1936), vítima da Guerra Civil Espanhola, durante o regime ditatorial do general Franco. O autor foi executado com um tiro na nuca por seus ideais solicialistas e, também, por ser homossexual. Deixou uma obra memorável, com destaque para três tragédias rurais passadas na sua terra natal, a Andaluzia, “Bodas de Sangue” (1933), “Yerma” (1934) e “A Casa de Bernarda Alba” (1936), que asseguraram seu nome entre os melhores do teatro universal. . A montagem conquistou o Prêmio Myriam Muniz, da Funarte, e o Fomento às Artes Cênicas, da Prefeitura do Recife.

O espetáculo tem dramaturgia, encenação e argumento de Claudio Lira, e tradução de Almir Rodrigues, o inédito espetáculo “Um Rito de Mães, Rosas e Sangue”, cujo subtítulo é “Lorca – um ato poético em três quadros”, traz à cena uma livre licença poética das três tragédias rurais do dramaturgo e poeta espanhol Federico García Lorca – “Bodas de Sangue”, “Yerma” e “A Casa de Bernarda Alba” – em uma montagem ritualística ambientada num não lugar aqui presente. Tudo é reinventado e metaforizado na cena. Nesse contexto, a personagem da Mãe é o foco central do ritual cênico, elemento aglutinador das forças que regem a natureza, entre a terra, o ar, o fogo e a água. É ela que dita às regras do jogo nos três quadros que dividem a encenação.

No primeiro quadro, com o título, “A escura raiz do grito”, Lira versa sobre a memória e o futuro da mãe no momento posterior aos acontecimentos da tragédia do texto “Bodas de Sangue”. É o desabafo de uma mãe – vivida pela premiada atriz Auricéia Fraga – perante suas lembranças, seus fantasmas e o infortúnio da morte de seu filho, assassinado no dia do casamento. Diante do túmulo deste e da ausência do marido, também já morto, e com quem conviveu por apenas três anos, ela amaldiçoa as navalhas e outros objetos cortantes, enquanto vira comentário para as vizinhas.

No segundo quadro, “A casa de Bernarda”, um universo sufocante e claustrofóbico é instaurado pela matriarca Bernarda Alba – com a atriz Ana Maria Ramos interpretando esta difícil personagem que consagrou a saudosa atriz Diná de Oliveira, na montagem do Teatro de Amadores de Pernambuco, em 1948 – que, com mãos de ferro, condena suas filhas a um luto eterno, até que alguma delas se case. Todas vivem numa casa de paredes altas e portas fechadas, enquanto a mãe costuma dizer: “nascer mulher é o maior castigo”.

No terceiro e último quadro, “Yerma Plural”, as várias Yermas são desvendadas – todas as outras atrizes estão no papel, já vivido por Geninha da Rosa Borges, em 1978, também no Teatro de Amadores de Pernambuco – que se revezam à medida que as suas esperanças vão se dissipando, na busca incessante pela maternidade, já que é uma mulher infértil. Toda a costura desse tecido cênico é feita por duas personagens opostas, Maria Josefa, a “louca” mãe de Bernarda, que anseia por vida e liberdade; e pela mendiga, símbolo de agouro presente em alguns textos de Lorca, figura que, segundo o próprio autor, é a morte na iconografia da sua obra. No elenco, Ana Maria Ramos, Auricéia Fraga, Andrêzza Alves, Daniela Travassos, Luciana Canti, Sandra Rino, Lêda Oliveira, Lano de Lins e Zé Barbosa.

O trabalho partiu da análise dos três textos de Lorca, pontuando as cenas por unidades e, a partir daí, a escolha de frases e palavras representativas, além da partitura corporal, que aproveitou, inclusive, as técnicas da yoga. Como resultado, uns dez roteiros foram construídos para resultar na dramaturgia atual, concebida em conjunto por todos os intérpretes, tendo como foco a maternidade – a perda de um filho, a opressora da família e o desejo de parir. Também foram importantes as histórias de várias mulheres da comunidade do Pilar, no Bairro do Recife, que perdem seus filhos quase sempre para a guerra do tráfico. Esta pesquisa foi realizada pelo diretor Claudio Lira em conjunto com a fotógrafa e videasta Tuca Siqueira, que assina o vídeo cenário da peça e a exposição que ficará em cartaz no hall do teatro, com depoimentos de algumas dessas mulheres, além de imagens.

Ainda na equipe técnica da montagem, Luciano Pontes na direção de arte, Adriana Milet na direção musical – a sonoplastia é executada pelo próprio elenco, e Luciana Raposo na iluminação. montagem conquistou o Prêmio Myriam Muniz, da Funarte, e o Fomento às Artes Cênicas, da Prefeitura do Recife. Claudio Lira dirigiu, entre outros trabalhos, “Alheio”, “Versos do Nós”, “Maçã Caramelada” e “Três Viúvas de Arthur”.

“Não há teatro separado da vida e não há grande teatro que não seja poético”. O ritual está lançado...
SERVIÇO:
Em cartaz às quintas e sextas-feiras, até 02 de julho às 20h
Teatro Hermilo Borba Filho
Tel. 3355 3321
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (estudantes, professores com carteira e maiores de 60 anos).

Informações: cflira@gmail.com

Não PERCAM!!!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

TORTO do Magiluth


E o primeiro trabalho do Paralelo Magiluth é “Um Torto” pesquisa realizada pelos magiluthianos Giordano Castro e Pedro Wagner. Nesse trabalho Pedro Wagner se experimenta enquanto diretor colocando em cena a sua pesquisa sobre performance e o pós-dramático, brincando com o limiar entre a realidade e a ficção. Giordano coloca em cena a sua pesquisa em dramaturgia, um texto experimental que conta a história Um homem que por não comensurar o que é sentir, decide tirar o próprio coração...

Sinopse

Um homem que por não comensurar o que é sentir, decide tirar o próprio coração e assim, distanciado da causa de todo tormento, tenta entender a origem deste estado-situação. Uma série de ações que se expõem como fluxos de pensamentos e de impressões sobre a vida, o “jogo”, a vida como jogo, o amor, o eu, apropriação, os outros, numa conflitante e honesta tentativa de dar forma, de atribuir contorno ao caos, ao que não conseguimos ver nem tocar apenas sentir, ao que é disforme... amorfo. FICHA

TÉCNICA
Direção Pedro Wagner Dramaturgia Giordano Castro Elenco Giordano Castro
Direção de arte Pedro Wagner, Giordano Castro e Guilherme Luigi Iluminação Pedro Vilela Vídeo Thaysa Zooby Foto Juliana Galvão Produção Paralelo Magiluth

Serviço:

Um Torto
Centro Cultural dos Correios - Recife Antigo
De 28 de maio até 6 Junho
Sex e Sab. às 20h
Dom. às 19h
ingressos: 12 inteira e 6 meia entrada
informações: 8799-7942

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Modernidade em “Quase Sólidos”


Trupe das Copas estreia novo espetáculo, no teatro Apolo
AMANDA SENA - Folha de Pernambuco
Peça estruturada no formato de pequenas crônicas

“Tudo que é sólido se desmancha no ar”. Foi partindo dessa premissa - título de uma das obras de Marshall Berman - que os integrantes da Trupe das Copas começaram suas pesquisas para desenvolver o espetáculo “Quase sólidos”, que acontece sábados e domingos, às 20h, no teatro Apolo.

Estruturada no formato de pequenas crônicas, que têm três temáticas principais: as relações afetivas, a finitude, e o espaço (lugar emocional e material), o espetáculo usa a modernidade como fio condutor para abordar essas questões. “Fazemos, por exemplo, uma análise acerca da mudança nas relações, que antes eram mais permanentes, e agora mudam muito mais rápido de estado”, explica o diretor Elias Mouret.

A dramaturgia do espetáculo, aliás, é resultado de uma criação conjunta do diretor, e dos atores/performers (Viviane Bezerra, Júnior Aguiar e Eron Villar), que tiveram plena liberdade para colocar suas marcas e fazer experimentações. O processo de criação conjunta, inclusive, é de fato uma marca da montagem, uma vez que o grupo também realizou ensaios abertos durante o processo de composição, do qual participaram artistas, diretores, produtores e também o público interessado. A experiência possibilitou a Mouret uma maior troca de informações, que foi bastante positivo. O trabalho resultou na construção de seis quadros dramáticos que dialogam entre si e exploram questões como a finitude e os paradoxos da vida; o desejo em sentir-se seguro, a salvo, o tormento pela fugacidade das coisas e das relações; as doenças sociais e existenciais; além das variadas conexões entre os seres. “Pensamos em tudo de uma forma que os quadros fizessem sentido sozinhos, e que pudesse haver mobilidade entre eles, sem que essa correlação de temas deixasse de existir”, disse Mouret. Com uma cenografia minimalista e um figurino bastante próximo do que se vê nas ruas, “Quase Sólidos” tem como proposta uma estética bastante urbana, que sugere uma maior reflexão acerca dessa “modernização” que nos cerca. Quem assina a trilha sonora do espetáculo é o músico Orlando Nascimento.


Serviço “Quase Sólidos”
Teatro Apolo - Rua do Apolo, Recife Antigo
Sábados e Domingos de maio (exceto dia 30), às 20h
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada)
Informações: 3232-2028








segunda-feira, 17 de maio de 2010

Classe Teatral pernambucana faz ATO de protesto por RESPEITO e DIGNIDADE em frente ao Teatro de Santa isabel.

Quem dá o SANGUE somos nós



Bobby Fabisak / JC Imagem





Na comemoração dos 160 anos do Teatro de santa Isabel, a classe teatral pernambucana organizou um ATO de protesto contra as políticas públicas adotadas pela atual gestão municipal da Cidade do Recife.Os artistas pedem para serem olhados com respeito e que a cena precisa fomentada com dignidade. Os artistas se manifestaram pacificamente em frente ao Teatro na abertura das festividades. Todos os detalhes estão estampados nos principais jornais da cidade.

Jornal do Comércio: http://jc.uol.com.br/canal/lazer-e-turismo/noticia/2010/05/17/classe-artistica-realiza-protesto-em-frente-ao-santa-isabel-222190.php

Os artistas deram um abraço simbólico no teatro e criticaram a programação de aniversário de 160 anos do Santa Isabel, que não incluiu as artes cênicas pernambucanas. Os artistas também reclamaram da verba de fomento destinada à classe, que é de R$ 20 mil por ano. E apenas cinco grupos recebem.
http://www.youtube.com/watch?v=8KxB4HV7Zy0&feature=player_embedded



Sob o coro de “Respeito, respeito, respeito”, artistas exibiram faixas, vestiram nariz de palhaço, soltaram fogos de artíficio, apresentaram performances e ainda deram a mãos num grande círculo para simbolizar um abraço ao teatro.


Diário de Pernambuco: http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20100517115540&assunto=76&onde=Viver

Matéria do Diário de Pernambuco 16/05/2010
Estopim de uma crise

No aniversário de 160 anos, Santa Isabel vai receber abraço de protesto de atores, diretores, grupos e coletivos, insatisfeitos com a política cultural da prefeitura para as artes cênicas
Pollyanna Diniz
pollyannadiniz.pe@dabr.com.br


Na véspera do aniversário de 160 anos do mais nobre palco de Pernambuco, um dos 14 teatros-monumento do país, o Teatro de Santa Isabel, atores, diretores, grupos e coletivos vão realizar um ato simbólico. Um abraço ao prédio de arquitetura neoclássica que já passou por três grandes reformas e recebeu grandes nomes do teatro pernambucano e nacional. O ato fraternal, no entanto, não é uma comemoração, mas um protesto. Na programação especial de comemoração ao aniversário da casa, divulgada semana passada pela Prefeitura do Recife durante uma coletiva de imprensa, os artistas pernambucanos ligados às artes cênicas não foram contemplados.


Programação festiva do teatro de arquitetura neoclássica deixou de fora as produções pernambucanas; artistas reclamam do tratamento da PCR .

O palco principal do teatro será ocupado por nomes como Bibi Ferreira, acompanhada pela Orquestra Sinfônica do Recife, Rosamaria Murtinho e Natália Timberg e Marisa Orth. Amanhã, na mesma hora do abraço ao patrimônio, às 20h, estará sendo lançado um carimbo e um selo comemorativos. Depois, os convidados vão assistir a uma apresentação do grupo Sa Grama. Mesmo que não questionem o valor artístico de nenhum dos convidados, os artistas não se sentiram representados na efeméride.

Como não estarão no palco principal, os atores vão usar a rua - prometem performances, apresentações, figurino especial. A omissão dos pernambucanos na programação especial é, no entanto, apenas o estopim de uma crise - de uma insatisfação com a política cultural voltada para as artes cênicas. Logo que souberam da semana de comemoração através da matéria publicada no Diario, os artistas começaram a se manifestar através de e-mails. Vários deles, de artistas de diversas gerações, conceitos e trabalhos estéticos diferentes.

O primeiro deles foi do diretor Samuel Santos, do grupo Quadro de Cena, responsável por montagens infantis premiadas como A terra dos meninos pelados e Historinhas de dentro, e adultas, como a mais recente, Cordel do amor sem fim. "E a história do nosso teatro fica onde? Dos artistas que dignificaram e dignificam essa arte tão mal pensada por alguns órgãos culturais e por pessoas que perderam o senso de responsabilidade pelo teatro feito em Pernambuco."

Em pouco tempo, vários outros também se manifestavam: "Hoje cedo, aqui em Natal/RN, abro a net e vejo a matéria sobre o aniversário do Teatro de Santa Isabel e percebi que na programação não tem nenhum espetáculo do Recife. Nenhum tipo de espetáculo, de nenhuma linha, escola ou estilo. O que é isso? É o velho pensamento provinciano de sempre!", escreveu Fred Nascimento, do grupo Totem.

Carla Denise, do Mão Molenga Teatro de Bonecos, que vai participar do festival Palco Giratório com a montagem O fio mágico, disse que o problema é a forma como a cultura é enxergada; e isso não seria privilégio pernambucano. "É samba por lá ou frevo por aqui, no aeroporto! É o pensamento obsoleto que arte é coisa exótica, turística e fácil! (#) Mas, mesmo assim, acho que devemos continuar a produzir, a criar e a fazer o nosso trabalho; e a avaliar melhor o valor do nosso voto e da nossa participação colaborativa, comomuitos artistas já estão fazendo. Sendo caranguejos que abrem as cortinas aos outros. Diferente dos caranguejos daquela piada que circula há tempos, que derrubam uns aos outros", escreveu. Diante destas e tantas outras manifestações, os artistas decidiram organizar o abraço simbólico, mas nem todos veem o ato com fraternidade.

Cachês geram // Artistas reclamam que valor que a prefeitura vai pagar pelas apresentações do espetáculo Bibi IV é maior que prêmio de fomento

As manifestações da classe artística diante da programação de aniversário do Santa Isabel só aumentaram quando um dos e-mails revelou (o que, na realidade, estava publicado abertamente no Diário Oficial do dia 8 de maio) qual é o valor que a Prefeitura do Recife irá desembolsar para que as duas apresentações do espetáculo Bibi IV, com Bibi Ferreira, sejam realizadas: R$ 126.328,43.

"O valor pago a esssas duas apresentações é mais do que a prefeitura disponibiliza anualmente para cinco propostas no prêmio de fomento às artes cênicas, que é de R$ 100 mil, 20 mil para cada projeto aprovado", dizia o e-mail assinado por 'fika a dica'. A mensagem lembrava ainda que foi a hoje diretora do Santa Isabel, Simone Figueiredo, à época presidente interina da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, que assinou o polêmico cachê do show de Sandy e Júnior, no ano de 2004.

Diante da profusão de mensagens que aderiam ao ato público, grande parte delas copiadas para um suposto e-mail do secretário de Cultura do Recife Renato L, a prefeitura decidiu se pronunciar. Enviou, também por e-mail, uma carta-resposta. Num dos tópicos, o texto diz que "o prefeito João da Costa em momento algum desmereceu o valor da produção pernambucana. A matéria do Diario de Pernambuco descontextualizou a fala do prefeito do Recife, provocando no leitor a falsa ideia de que a Prefeitura do Recife não abre espaço para a produção local".

Mais adiante, a carta assinada pela assessoria de imprensa da Prefeitura do Recife diz que "somente no decorrer do ano de 2010, 18 espetáculos locais foram apresentados no Teatro de Santa Isabel. De 2008, até esta data, foram 137 montagens locais. É preciso deixar claro ainda que a maioria dos espetáculos locais montados no Teatro de Santa Isabel tem ISENÇÃO TOTAL OU PARCIAL (grafado em letras maiúsculas pela própria assessoria)". No texto há também uma suposta resposta ao questionamento ao critério da inexigibilidade aplicado na contratação do espetáculo de Bibi Ferreira. "A Prefeitura do Recife esclarece que a forma de contratação de espetáculos artísticos prevista na legislação vigente é a direta, através de inexigibilidade de licitação com base no art.25, caput, da lei 8666/93, razão pela qual a vinda do espetáculo mostra-se completamente consonante com a legislação atual". O que o e-mail do anônimo, assinado "fika a dica", questionava era, no entanto, o valor pago pela Prefeitura - assunto sobre o qual a carta não se pronunciou.

E-mail da Prefeitura exalta ânimos

O e-mail da assessoria de imprensa da PCR, ao invés de acalmar os ânimos, fez o contrário. Com relação às declarações do prefeito, que segundo a prefeitura foram descontextualizadas, Samuel Santos diz que "não são simples declarações. A questão é séria e essa infeliz programação comemorativa dos 160 anos do Santa Isabel é só um sintoma da velha moléstia herdade de velhas relações coloniais consolidadas".

O diretor continua questionando: "O Teatro de Santa Isabel é, antes de tudo, pernambucano. Onde estão os artistas pernambucanos nessa comemoração? Porque não foram incluídos ou representados nessa celebração?". Mais adiante, Santos diz o que os artistas anseiam. "O manifesto que aqui se realiza não é pedir para compor uma programação de comemoração do Teatro de Santa Isabel. É por uma política pública para as artes cênicas! Uma política que não seja exclusiva, separatista, preconceituosa e ditatorial".

A publicação na última quinta-feira no Diário Oficial dos valores que serão pagos às outras atrações inflamou a polêmica. Enquanto Sa Grama vai receber R$ 10 mil, o espetáculo O sopro da vida (Natália Timberg e Rosamaria Murtinho) levará R$ 41.528 e O inferno sou eu, com Marisa Orth, receberá R$ 73.100. "Esses artistas vão passar e nós vamos ficar aqui, fomentando, fazendo um trabalho de arte educação nas escolas, nos presídios, nas ONGs, nos circos. Eles passam, mas nós vamos ficar aqui tentando construir uma plateia, um teatro de qualidade, através de grupos, coletivos, colaborativos, produtores", afirma Samuel.

O grupo Magiluth também se posicionou. "Entendemos que a situação em relação à programação de comemoração do Santa Isabel é apenas o estopim de práticas governamentais. Um governo que não consegue entender uma real formatação de políticas públicas para a cultura (#) A questão que se coloca não é a qualidade artística do ícone Bibi Ferreira. O que devemos pensar é quantas produções com o dinheiro repassado para esta senhora poderíamos fomentar para a cidade. Quantos equipamentos poderiam abastecer nossos sucateados teatros", assina o Magiluth, que também vai participar do festival Palco Giratório.

"Perguntas permanecem sem resposta e não são questões de hoje. Mas são perguntas essenciais e que precisam de atenção: o que o poder público pretende fazer diante dessa realidade da qual essa questão do aniversário do Santa Isabel é apenas um detalhe? Onde estão os canais de diálogo e de realização efetivos que permitam ao teatro local almejar o mesmo apoio que países chamado do primeiro mundo oferecem aos seus artistas cênicos? Parecer primeiro mundo é uma coisa. Ser primeiro mundo vai exigir bem mais de todos nós", complementou o dramaturgo Luiz Felipe Botelho.

Evoé

domingo, 16 de maio de 2010

“PINÓQUIO E SUAS DESVENTURAS”

Pinóquio e suas Desventuras volta aos palcos em únicas apresentações no Teatro Apolo.

“Um espetáculo que vai além da imaginação dos seus filhos, e da sua também”.
Volta aos palcos em apenas quatro apresentações no Teatro Apolo, o espetáculo “PINÓQUIO E SUAS DESVENTURAS”, dentro da Mostra de Teatro Infantil do Centro Apolo-Hermilo. Texto e direção de Antônio Rodrigues, livremente inspirado na fábula de Pinóquio de Carlo Collodi. A peça é a primeira montagem do grupo voltada para o público infantil, tendo como base para a linguagem de encenação: as histórias em quadrinhos e desenhos animados, a metateatralidade e o teatro de bonecos. O grupo vem através da montagem deste clássico (infantil), experimentar o universo mágico e onírico dos contos de fadas.
O texto narra as aventuras de Pinóquio, um boneco de madeira que sonha em ser um menino de verdade. Diferente dos outros marionetes, ele não precisa de fios para se movimentar, possui movimentos próprios. Ele é uma criança como outra qualquer, com suas vontades e desejos. Porém, quando Pinóquio conta uma mentira, seu nariz de madeira cresce, e ele acaba se metendo em grandes encrencas. A música é executada ao vivo pelos atores e por três músicos, utilizando intrumentos musicais e brinquedos de onde se tiram os sons.
Fazer uma adaptação mais fiel, baseada no original, traz à tona questionamentos que são mascarados nas versões mais suavizadas. A morte da menina Azul, a prisão de Gepetto, a fome de Pinóquio e a crueldade inconsciente aliada à ingenuidade do personagem são alguns dos ingredientes desse caldeirão de aventuras, que traz uma imediata identificação, levando a todos à reflexão.
Pinóquio e suas Desventuras é uma maravilhosa história que vai encantar pessoas de todas as idades.


“MAS NÃO ERA UM SIMPLES PEDAÇO DE PAU,
ERA COMO SE TIVESSE VIDA ALI”


SERVIÇO
Pinóquio e suas Desventuras
Teatro Apolo

Dias: 22,23,29 e 30 de maio de 2010.
16:30h
Preços promocionais: R$ 10,00 R$ 5,00(meia entrada)
Informações: 81 9609-3838 - 3232-2028

Ficha Técnica

Texto: Pinóquio e Suas Desventuras
Autor: Antônio Rodrigues - Livremente inspirado na obra de Carlo Collodi.
Direção: Antônio Rodrigues
Elenco: Alexandre Guimarães, Ana Souza, Cláudio Malaquias, Bruna Castiel, Reinaldo Patrício, Sônia Carvalho e Vinícius Vieira.
Preparação Corporal: Mírian Asfora
Direção musical: Demétrio Rangel
Músicos: Harlyson Silva, Ivanise Santana e José Neto (Brinquedos)
Cenografia e Figurinos: Luciano Pontes
Iluminação e operação de luz: Luciana Raposo
Adereços: Altino Francisco
Bordados: Sônia Carvalho
Maquiagem: Marcondes Lima
Execução de figurino: Maria Lima e Madalena do Vale
Projeto Gráfico: Alexandre Siqueira
Cenotécnico: Mário Almeida
Produção Executiva: Antônio Rodrigues
Auxiliar de Produção: José Neto e Cláudio Malaquias
Contra regra: Bruna Castiel e Evilásio
Administração Financeira: Cláudio Malaquias
Realização: Cênicas Cia de Repertório

Antônio Rodrigues
Produtor e Diretor

81 9609-3838
cenicascia@gmail.com
www.cenicascia.blogspot.com

sábado, 15 de maio de 2010

Festival Palco Giratório 2010 Recife

Festival Palco Giratório de volta ao Recife

Diário Malassombrado

Em 2010, o projeto acontece de 08 a 30 de maio, trazendo 35 espetáculos, de 30 companhias
Pelo 4º ano consecutivo, Recife recebe o maior evento de artes cênicas do país. Promovido pelo Sesc, o Festival Palco Giratório Brasil-Recife traz para o público local uma programação múltipla de espetáculos, passando por vários estilos e linguagens cênicas. De 8 a 30 de maio, a capital pernambucana será o palco de 35 montagens, de 30 companhias, vindas de 12 estados brasileiros.

Desse repertório, 15 grupos foram selecionados por uma curadoria nacional do projeto Palco Giratório e farão circulação por todos os estados do país. Aqui, eles se juntam a outras 15 companhias convidadas pela coordenação local para compor a programação do festival do Recife. “A idéia é promover a produção local e permitir aos artistas o acesso ao que está sendo produzido no país”, diz Galiana Brasil, coordenadora do Festival Palco Giratório Brasil-Recife. “Sem falar que essa mistura torna o evento ainda mais rico para o público”, completa.

Mi Muñequita

Os espetáculos estão distribuídos em sete teatros da cidade, a preços populares, além de apresentações gratuitas na Praça do Campo Santo, em Santo Amaro, e no Centro de São Lourenço da Mata. “O projeto tem mesmo esse objetivo, o de descentralizar e democratizar o acesso ao teatro”, diz Galiana Brasil. Na programação, opções para crianças e adultos, cobrindo os mais variados gêneros como o drama, comédia, dança e formas animadas. Para a classe artística e para os que desejam conhecer mais do universo das artes, o projeto promove, ainda, atividades formativas, como debates, pensamento giratório e oficinas.

Para Luís Melo


Para a edição 2010, a coordenação do Festival Palco Giratório Brasil-Recife fará uma experiência inédita no projeto, a de oferecer o recurso da áudio-descrição dirigido ao público com deficiência visual. Quatro espetáculos foram escolhidos para receber a técnica: Leve, O Fio Mágico, Guerreiros da Bagunça e Um Rito de Mães. “Fizemos um recorte da diversidade das linguagens que formam o Festival (como dança, teatro de bonecos, teatro infantil e teatro adulto) para promover essa inclusão de forma mais ampla”, diz Galiana Brasil.

A atriz e mestranda em educação inclusiva Andreza Nóbrega fará a áudio-descrição dos espetáculos selecionados. O projeto faz parte de uma pesquisa que ela realiza sobre o tema: Caminhos para inclusão: refletindo sobre a ação didática no Teatro para Crianças Cegas, orientada pelo professor Francisco Lima (UFPE). Serão disponibilizados 40 equipamentos individuais por espetáculo. “Funciona com a tecnologia semelhante à utilizada na tradução simultânea (cabine acústica e hadfones), mas a técnica é completamente diferente, porque a tradução acontece nos intervalos silenciosos da trama”, explica Andreza.

Encantrago

CIRCUITO NACIONAL - Este ano, Pernambuco será representado nacionalmente pelo Grupo Experimental. A companhia de dança recifense está no seleto grupo que fará circulação nacional, com os espetáculos Zambo, que inclusive irá abrir o Festival do Recife, e com Conceição. “Essa seleção veio em um momento bem especial. Vamos fechar com chave de ouro as comemorações pelos 15 anos do Grupo. Será uma oportunidade de amadurecimento maior da nossa equipe pela possibilidade da troca de experiências”, diz Mônica Lira, diretora do Grupo Experimental.

A dança pernambucana, com todas as suas particularidades que retratam a realidade cultural da cidade, será vista em 41 cidades brasileiras. A temporada começa no dia 10 de abril, em Fortaleza, e termina no dia 26 de novembro, no Rio de Janeiro. Serão 53 apresentações, sendo 6 de Zambo, uma tradução em dança do movimento manguebeat, e 47 de Conceição, a montagem mais recente da companhia que trata da celebração de fé que acontece todos os ano no Morro da Conceição. “As expectativas são as melhores possíveis, já participamos de turnês internacionais, mas nenhuma tão grande quanto a do Palco Giratório”, comenta Christianne Galdino, produtora do Grupo Experimental.

No segundo semestre, o Palco Giratório volta a Pernambuco com os espetáculos Encantragos (CE) e Filhas da Mata (RO), para cumprirem temporada pelas cidades do interior do Estado, onde há unidades do Sesc. Além disso, as Aldeias do Velho Chico (Petrolina) e Olho D’Água dos Bredos (pela primeira vez em Arcoverde), acontecem em agosto e dezembro, respectivamente. A programação completa, sinopses, ficha técnica e fotos dos espetáculos, histórico dos grupos participantes, endereços dos teatros, estão disponíveis no site http://www.sescpe.com.br/

Tropeço

PROGRAMAÇÃO
Programação / Espetáculos

08/05 -19h
Zambo/ Grupo Experimental (PE)
Teatro Barreto Júnior
09/05 - 16h30
Guerreiros da Bagunça/ Portugal Produções (PE)
Teatro Barreto Júnior
09/05 - 19h
Deus Danado/ Cia A Máscara de Teatro (Mossoró-RN)
Teatro Marco Camarotti

10/05 - 19h
O Amargo Santo da Purificação / Tribo de Atuadores ói Nóis Aqui Traveiz (RS)
Praça Carlos Wilson /Centro - São Lourenço da Mata
11/05 - 17h
O Amargo Santo da Purificação/ Tribo de Atuadores ói Nóis Aqui Traveiz (RS)
Praça do Campo Santo/Santo Amaro

12/05 - 19h
Federika/ Grupo Mandalá de Teatro (Arcoverde-PE)
Teatro Marco Camarotti

12/05 - 20h
Raptada pelo Raio/ Cia Livre de Teatro (SP)
Teatro Armazém
13/05 - 19h
A Obscena Senhora D.../ Circo do Silêncio (SP)
Teatro Capiba
13/05 - 20h
Raptada pelo Raio/ Cia Livre de Teatro (SP)
Teatro Armazém

13/05 - 20h
Aqueles Dois/ Luna Lunera (MG)
Teatro Marco Camarotti

14/05 - 19h
A Obscena Senhora D.../ Circo do Silêncio (SP)
Teatro Capiba

14/05 - 20h
Raptada pelo Raio/ Cia Livre de Teatro (SP)
Teatro Armazém

14/05 - 21h
Para Luís Melo/ Marcos Damaceno Cia. de Teatro (PR)
Teatro Barreto Júnior

15/05 - 16h30
Zero/ Cia de Teatro Mevitevendo (SP)
Teatro Capiba

15/05 - 20h
Psicose 4h48/ Marcos Damaceno Cia. de Teatro (PR)
Teatro Barreto Júnior

16/05 - 16h30
Diário Malassombrado/ Cia de Teatro Mevitevendo (SP)
Teatro Capiba
16/05 - 20h
Conceição/ Grupo Experimental (PE)
Teatro Barreto Júnior
18/05 - 19h
Barrela/ As Crias de Mãe Julia (Caruaru-PE)
Teatro Marco Camarotti

18/05 - 21h
Ideias de Teto/ Sua Cia. de Dança (BA)
Teatro Barreto Júnior

19/05 - 19h
Um Torto/ Grupo Magiluth (Recife-PE)
Teatro Marco Camarotti
19/05 - 21h
Encruzilhada Hamlet/ Cia do Ator Nu (Recife-PE)
Teatro Barreto Júnior

20/05 - 20h
Carícias/ Remo Produções (Recife-PE)
Teatro Hermilo Borba Filho

21/05 - 19h
Encantrago/ Ver de Rosa um Ser Tão (CE)
Teatro Marco Camarotti

21/05 - 21h
Mi Muñequita/ Ponte Cultural (SC)
Teatro Barreto Júnior

22/05 - 16h30
E Se.../ Cia Tato Criação Cênica (PR)
Teatro Capiba

22/05 - 20h
Tropeço/ Cia Tato Criação Cênica (PR)
Teatro Capiba

22/05 - 20h
Mi Muñequita/ Ponte Cultural (SC)
Teatro Barreto Júnior

23/05 - 16h30
Os Meninos Verdes de Cora Coralina/ Voar Teatro de Bonecos (DF)
Teatro Hermilo Borba Filho

23/05 - 19h
Leve/ Maria Agrelli e Renata Muniz (Recife-PE)
Teatro Marco Camarotti

23/05 - 20h
Tropeço/ Cia Tato Criação Cênica (PR)
Teatro Capiba

25/05 - 19h
Agreste/ Cia Razões Inversas (SP)
Marco Camarotti

26/05 - 19h
Anatomia Frozen/ Cia Razões Inversas (SP)
Teatro Marco Camarotti

26/05 - 20h
Um Rito de Mães/ Cláudio Lira (Recife-PE)
Teatro Hermilo Borba Filho

27/05 - 19h
Filhas da Mata/ Grupo O Imaginário (RO)
Sesc Casa Amarela

27/05 - 21h
De Dentro/ Qualquer um dos dois Cia. de Dança (Petrolina-PE)
Teatro Barreto Júnior

28/05 - 17h
Esbórnia/ Cia de Dança Sesc Petrolina (PE)
Teatro Marco Camarotti

28/05 - 20h
Malentendido/ Galharufa Produções Culturais (RJ)
Teatro Barreto Jr.

29/05 - 16h30
O Fio Mágico/ Mão Molenga (Recife-PE)
Teatro Capiba

29/05 - 19h
Transdusões Caleidoscópicas/ Cia Buffa de Teatro (Itália/Brasil)
Teatro Marco Camarotti

30/05 - 19h
Transduções Caleidoscópicas/ Cia Buffa de Teatro (Itália/Brasil)
Teatro Marco Camarotti

30/05 - 20h
Dolores/ Mimulus Cia. de Dança (MG)
Teatro Barreto Júnior

30/05 - 22h
Festa de encerramento do Festival palco Giratório
Quintal do Lima

Serviços
Festival Palco Giratório Brasil — Recife

Data: de 08 a 30 de maio de 2010
Ingressos: R$ 10 (público em geral) / R$ 5 (comerciários e dependentes, estudantes, idosos e professores)
Informações: http://www.sescpe.com.br/
Endereços
Praça do Campo Santo

Praça do Campo Santo Santo Amaro Recife — PE
Teatro Capiba - Sesc Casa Amarela
Av. Prof. José dos Anjos, 1190 Mangabeira Recife-PE
Teatro Marco Camarotti - Sesc Santo Amaro
Rua Treze de Maio, 455 Santo Amaro Recife-PE
Teatro Apolo
Rua do Apolo, 121 Bairro do Recife Recife-PE-->
Teatro Armazém 14
Av. Alfredo Lisboa, 14 Bairro do Recife Recife-PE
Teatro Barreto Júnior
Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n Pina Recife-PE
Teatro Hermilo Borba Filho
Rua do Apolo, 121 Bairro do Recife Recife-PE
São Lourenço da Mata
Praça Senador Carlos Wilson Centro São Lourenço da Mata - PE

terça-feira, 4 de maio de 2010

A Cênicas Cia de Repertório está de casa nova. Em 12 de junho de 2010 o grupo completará 09 anos e fará a inauguração oficial do sua Sede. O espaço ja encontra em funcionamento para ensaios, oficinas, cursos entre outros, maiores informações: cenicascia@gmail.com
ESPAÇO CÊNICAS

Av. Marquês de Olinda, 199 - 2º Andar
Edifício Álvaro Silva Oliveira
50030-000-Bairro do Recife - Recife – PE

Falar com:
Antônio Rodrigues
81 9609-3838
Sônia Carvalho
81 9166-7344