segunda-feira, 4 de junho de 2007

*****ANGU DE SANGUE*****

REALIDADE URBANA ESTENDE TEMPORADA
ANGU DE SANGUE
COLETIVO ANGU DE TEATRO TRAZ AOS PALCOS RECIFENSES 10 CONTOS DO ESCRITOR MARCELINO FREIRE DE FORMA CONTUNDENTE E ARREBATADORA.
Os palcos do Recife continuarão a receber o premiado espetáculo Angu de sangue, da Cia. Angu de Teatro, com apresentação no Teatro do Parque, onde permanecerá em curta temporada durante as quintas-feiras de junho. Baseado no livro homônimo do escritor pernambucano Marcelino Freire, a peça tem direção de Marcondes Lima, que também assina cenário, figurino e maquiagem.
O espetáculo traz no elenco Fabio Caio, Gheuza Senna, André Brasileiro, Ivo Barreto e Hermila Guedes. Durante uma hora e quinze minutos, o espetáculo multimídia, que flerta com a videoarte, conta dez histórias interligadas através de vídeo e músicas, sustentadas pela intensidade dramática dos monólogos, onde se fundem elementos trágicos, cômicos, dramáticos e melodramáticos, alternando prosa e poesia. A encenação concentra-se no jogo contém/está contido, como na palavra "sangue", que, em si, abriga a palavra "angu": s-angu-e.


O que se falou de angu de sangue, nas suas únicas apresentações em Sampa.

Nem arroz, nem feijão, nem bife. Em meu jantar de ontem foi servido angu. puro e seco. Quer dizer, com um pouco de sangue. É, sangue. Esse que corre nas veias, sabe? Pra piorar, comi num porão frio e escuro, sentado numa tábua sem encosto.
Assim foi a apresentação do coletivo angu de teatro no centro cultural são paulo. Parte da segunda mostra latino-americana de teatro de grupo, a peça angu de sangue é baseada em contos do livro homônimo e de balé ralé, ambos do escritor marcelino freire. depois de um pequeno tumulto para conseguir ingresso – foi necessária uma segunda sessão – o grupo do recife veio dizer à são paulo que esta cidade não é a única em que predomina a solidão, violência, exclusão, persistência e dor. Que as pessoas não conversam, não se ouvem, não se entendem. Apenas falam. Falam ao mesmo tempo, falam sozinhas, falam com todos e com ninguém.
logo no primeiro conto, "faz de conta que não foi. nada", já dá vontade de mandar os atores calarem suas bocas, tanta é a angústia, a indiferença e a rapidez com que narram a história de um menino de rua assassinado. É assim também no emocionante "socorrinho", contado e cantado por hermila guedes, no qual uma garota, representada por uma boneca, é estuprada. Ou então em "muribeca", em que a catadora de lixo, que mora numa geladeira, descobre que o lixão de onde tira todo seu sustento vai ser desativado.
O grupo recifense conseguiu ilustrar de maneira simples e fiel os contos de marcelino, que parecem ter sido escritos para o teatro. Mesmo os textos com apenas um personagem soam como diálogos, seja com a consciência ou com uma terceira pessoa inventada a fim de colocar nela a responsabilidade de um destino cruel. no espetáculo, os contos se transformam em cenas ágeis e densas, que nos conduzem rapidamente para o mundo daqueles personagens que, primeiro condenamos ou sentimos pena. Depois, percebemos que são iguais a nós, frágeis e incompletos, numa sociedade em que todos falam, mas ninguém ouve ninguém.


SERVIÇO:
Angu deSangue
quintas-feiras, às 19h30
Teatro do Parque - Rua do Hospício, nº 81, Boa Vista - Recife
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)

5 comentários:

Fabrício disse...

Espetacular. Um verdadeiro angu de emoções. Dá pra rir, refletir e chorar com a realidade estampada na nossa cara.

Anônimo disse...

t78ojyitouigp,o9
yiomkuop[oççoidfng vtr/yhçkbyunrti
tyuj;ltyo nfyh ybtjtuk

Anônimo disse...

isso e muiiiiiiiiiiiiiiiiiiito besssssssssssssssta d mais

Anônimo disse...

vai se ffffffffffffffffffffffdddddddddddddddftbjnrukn

Anônimo disse...

Ηi! Do you knoω if they make any plugins to proteсt againѕt hаckегs?
I'm kinda paranoid about losing everything I've woгkеd
hard оn. Any tips?

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